Mineiro diz que PT vive sua pior crise, mas nega caráter oligárquico da legenda
O deputado estadual Fernando Mineiro (PT) reagiu à crítica do
cientista social e fundador do partido Moisés Domingos em um discurso
sobre dificuldade de realizar política no Rio Grande do Norte em face
desse ser um estado controlado e onde são frágeis os movimentos
organizados, políticos ou não, ao mesmo tempo em que há grande
interferência da máquina estatal.
Em entrevista ao portalnoar.com, Domingos considerou que “Em Natal
foi reproduzido [no PT] o modelo das oligarquias, o modelo que não
conseguiu ser superado”. Ele também pontuou que “Mineiro e Fátima foram
forçados a lutar pela renovação do PT e ao mesmo tempo impedir que
alguém tomasse seus lugares”.
Para o cientista social, há ainda de ser posto para o debate a
afirmativa de que “A militância criou o mito sobre Mineiro e Fátima. Os
novos militantes não têm fidelidade a esses mitos criados. Não tem essa
história. Eles podem quebrar essa tradição”, comentou Domingos, o qual
acredita que haverá superação: “O PT jamais vai ficar para sempre no
formato Fátima x Mineiro”.
Para o deputado estadual que acabou se tornando um dos símbolos do
embate pelo poder dentro do partido, a análise de Domingos é parcial.
“Analisar a trajetória de um partido de esquerda sem analisar a inserção
onde ele está; o contexto de controle dos meios de comunicação é um
olhar parcial, que eu respeito”.
Em sintonia com o afirmado por Domingos, entretanto, Mineiro
reconhece que sempre defendeu a renovação dos quadros do partido. Ao
aprofundar sua análise, contudo, ignorou a acusação de que luta por
espaços e apresentou argumentação sob outra perspectiva.
“Independentemente de nossos erros, fazer politica aqui é difícil. Os
próprios movimentos sociais têm dificuldades. Há um movimento
progressista voltado para o sindicalismo, é verdade.
há empresariado que assuma posições mais avançadas em relação ao estado, que é controlado por famílias. Não há movimento forte do operariado e do empresariado. Eu digo que aqui, e não é culpa do PT, o estado do RN, no contexto do Brasil, foi o único em que não houve renovação dos atores políticos. Ainda estamos na polarização dos anos 80. Não é problema do PT isso, embora tenha condicionado o PT e todo o conjunto de forças da esquerda”.“Não vou dar uma de Pollyanna.
há empresariado que assuma posições mais avançadas em relação ao estado, que é controlado por famílias. Não há movimento forte do operariado e do empresariado. Eu digo que aqui, e não é culpa do PT, o estado do RN, no contexto do Brasil, foi o único em que não houve renovação dos atores políticos. Ainda estamos na polarização dos anos 80. Não é problema do PT isso, embora tenha condicionado o PT e todo o conjunto de forças da esquerda”.“Não vou dar uma de Pollyanna.
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